Num trecho de Tempestade de Aço de Ernst Jünger o escritor retrata uma civilização do requinte e da barbárie, com olhar cirúrgico, frio e sarcástico é revelada a condição humana. Em subterrâneos refrigerados, seres humanos dependurados em ganchos, como carcaça de boi, oferecidos como iguarias para serem apreciados com um tipo de endívias: endívias violácias, ondeo  balconistas  convence  o freguês da qualidade das peças expostas: "seres abatidos na caça e de modo algum engordadas em série em institutos de criação: mais magras bem mais aromáticas” - perfeito para se comer com endívias! Nessa distopia o ser  humano  se reduz a peças expostas nesse açougue barbáro , à mostra e com preços. Quando o personagem faz a observação: “não sabia que nesta cidade a civilização já progrediu tanto”.  A barbárie revelada por Junger  é a própria tragédia do século XX, a decadência da kutur, os impasses da civilização. Esse escritor soldado que Camus afirmou que o acontecimento mais importante da Segunda Guerra foi ele ter se apaixonado pela cultura francesa nos instiga a pensar sobre a condição humana, mesmo sendo um nacionaista extremado e sendo  uma espécie de lider espiritual do Nacional-Socialismo sem que aderisse formalmente ao abominável regime ,  Tempestade de Aço são  escritos de suas vivências na carnificina da Primeira Guerra.   Nesse momento vivemos sob a ameaça de neofascismos redivivos, a imagem que a novela de Junger nos mostra é   sarcástica ao extremo e  é advertência para os dias atuas onde os seres humanos estão cada vez mais reduzidos a sua condição mais abjeta, submetidos à economia da vigilância, do lucro, e da exploração não só do corpo, mas das almas,  existência cada vez mais dependente  das tecnologias, do efêmero, do supêrfulo do espetáculo e exclusão social.     Tendemos a  ser manipulados por algorítmos e  onde os sistemas midiáticos globais atrelados aos sistemas políticos e econômicos se unem numa perigosa simbiose de modo a extrair mais valia de forma brutal  excludente e sultilsobretudo controlar,   dominar e interferir no destino dos países submetidos ao domínio sútil dessa maquinária infernal . O Brasil vive esse perigo neste instante.   Estamos cada vez mais adentrando numa barbárie tecnologizada onde cada vez somos induzidos a optar  pelo efêmero e esquecer o que é essencial em nossas vidas, perdemos a noção de verdade e fomos levados a conduzir ao poder um ser fabricadao nas redes sociais . Brutalizados pelo império tecnológico a serviço de interesses econômicos e políticos global e local,   moídos e cada vez mais  bestializados. Estamos tal  como o personagem de Junger estupefatos com o  progresso tecnológico em que vivemos  uma civilização distópica planetária e mágica, sem perceber o outro lado de todo esse progresso. E toda magia esconde uma maldição! E questões fundamentais e ancenstrais vem à tona : Qual o sentido disso tudo, até onde chegaremos até que não possamos e não tivermos mais nem o que ser extraído e nem o que extrair de nós e do planeta. Quando  nossa  alma estiver  sugada e estaremos por certo liquidados e quem  sabe não seremos ofertados como iguarias e apreciados por  homens além do homem? ou tornado apenas dados valiosos nas mãos de grandes corporacões e submetidos ao poder dos algorítimos que nos manipula a seuu bel prazer.    
Labareda
Enviado por Labareda em 30/03/2021
Reeditado em 11/04/2021
Código do texto: T7219781
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