A brevidade da vida

A passos predestinados me aproximo do inevitável fim. Passam-se dias de tristezas e vãs alegrias, de manhãs ensolaradas e noites sombrias e o declínio deste corpo mortal, se apega a mim. E nada do que foi me dado, me pertence de fato, nem a vida que me escapa por entre os dedos, nem a juventude que me valia no passado.

Do que vale lutar pela glória? A existência é passageira, como a bruma que evapora e mesmo que meu nome perdure nos anais da História, jamais alcançarei a plenitude da memória.

Destruição, ó tu que és minha companhia nestes momentos de epifania, olha-me do teu trono de ossos, pó e ferrugem onde estás. Contempla-me como divindade imortal que és, pois tudo que há debaixo dos céus, está submisso aos teus pés. Porquanto nenhum homem sendo bom ou mal te resistirá, nas dores do parto nascerá, do suor da labuta viverá e pelas tuas mãos, ao sepulcro descerá.

Ao refletir sobre tal verdade, me resta apenas viver cada dia e nada mais. Cultivarei os meus amores e sofrerei com minhas dores, até cruzar os portões celestiais. Subirei a mais alta montanha e navegarei o mar bravio , por onde sopram os vendavais. E a ti, amiga minha, a quem participo minhas derrotas e conquistas, ofereço meu carinho no perfume das rosas e na revoada dos pardais. Pois só nos resta viver cada dia ao seu tempo, cada estação ao seu momento.

Viver intensamente e nada mais.

* Dedico esse texto para minha irmã e confidente de todas as horas Ananda Cruz. Te adoro, minha irmã.

Dark Zirow
Enviado por Dark Zirow em 10/04/2021
Reeditado em 10/04/2021
Código do texto: T7228563
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