O Poder do Silêncio

Estando em casa, com a presença massiva e tensa que o silêncio, a quietude e o isolamento podem me trazer, senti minha forma de pensar, ainda limitada, ser, por esse conjunto, tensionada ao ponto de fazer-me transcender e perceber, em mim, o verdadeiro significado do silêncio, o sagrado.

O silêncio emana poder e suavidade, o Sol com todo seu esplendor e potência, senhor da vida. Nasce e se põe em profunda quietude. Através de seu eixo potencial de atração gravitacional move astros que dançam, em silêncio, regidos de forma magistral, sem esforço, por essa força – poderosa, que acaricia suavemente as pétalas de flor e beija a face de uma criança.

O que Uni os Versos é o silêncio, no universo não há som - o som necessita um meio material para se propagar, terreno. Já a Luz, emana e impera silenciosa. Sendo assim, o que pode conectar-nos a essa presença, aparentemente ausente, é o silêncio. Atingido através da quietude concentrada na respiração - consagradas com o ritmo pulsante do coração. Mergulho e adentro em meu templo sagrado, a morada interior.

Meu templo está neste lugar, lugar é presença, é identidade, é grau e é espaço, que por sua vez, infinito... Templo onde cultuo o deus Tempo, silencioso e iluminado, se faz presente elevando meus pensamentos como a voz de um sábio...

Aqui venho me encontrando em meu lugar...

Localizada no interior e no alto de uma colina - como as antigas acrópoles gregas – Minha casa também é um templo, onde caminha-se com suavidade e respeito, ao chegar tira-se os sapatos, deixando a sujeira lá fora. Pois, terra aqui, só a fértil na qual planto bons pensamentos.

Aqui habito, me construo e me sustento: de alimento, de silêncio e de som. Bom som, diga-se de passagem. Sons da natureza ou de natureza elevada: música de alta frequência, assuntos de alta relevância.

Acordo pedindo um dia iluminado... Mesmo que esteja nublado, ainda que a noite esteja escura.

O silêncio aqui é sagrado...