Nos sonhos me lembro do quanto era bom estar com você
A impossibilidade curva-se perante a força desse bem querer. Não há desencontro nem lástima e as sementes do amor ainda seguem a luz do sol.
Cálices de desejos transbordam e nessa profunda interação de sorridentes olhares e cálidos lábios, todo o resto faz-se banal.
A apreciação do instante se dá sem reservas nem ressalvas e aquele trecho dolorido que por ora deixou o final da história em aberto existe, mas entre a tristeza e a mais pura sublimação do amor, há o dia de hoje, em que se acorda com a sensação de ser a realidade um sonho confuso e o adormecer o verdadeiro caminhar da alma porque ela dirige-se para lugares onde encontre a paz e reconcilie-se com o passado, sem querer voltar para ele e também sem obcecar-se pelas perspectivas acerca do futuro, página em branco, de proibido acesso.
E só por hoje ela permite-se sentir a candura que ainda há dentro de si, camuflada pelas tantas desilusões, substituída pelo escudo que lhe protege dos mal-intencionados de coração.
O verso preserva com esmero as juras de amor inspiradas pela luz da lua, que iluminava também os mais doces sonhos e apesar de neste momento serem eles distantes, não o são tanto assim, estão apenas adormecidos e recebendo a bênção dedicada àqueles que no tempo da espera desenvolvem além da resignação e da humildade, a dádiva da paciência.
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