SÓ SE NASCE E MORRE UMA VEZ ("A coragem alimenta as guerras, mas é o medo que as faz nascer." — Émile-Auguste Chartier)

Compreendi que a morte é essencial para a percepção da vida, para adubá-la; não é como a água que só muda de estado físico, perdemos a essência e o sopro de Deus no ar rarefeito, voltando à fonte geradora. O julgamento é individual e personalizado, aqui e agora, a todo instante. Só se vai para o inferno (sepultura)  uma vez, alimentou os corós, terminou sua missão existencial.

           Defunto algum está sujeito à lei da semeadura. Que sentido faz, depois que morre, ressuscitar para morrer novamente.  Não, a vida morre, e até a morte não revive! Onde tem vida tem morte, onde tem morte não há nada.

           E o medo é o eixo do rolo compressor existencial. Ressurreição não tem sentido, aqui vale o fazer único. O desistir para mim quisera fosse possível ( "... Pai passa de mim este cálice), todavia nem sei como pedi-lo. Queria forças para me opor ao aprisionamento no mecanismo, como a borboleta frágil rasga o duro casulo, e começa ali sua consciência. Ninguém sabe nada, se era alguma coisa antes de nascer. Agora nem sei se quero ser feliz, até porque, descobri que preciso mentir para mim mesmo, demonstrando sê-lo, mas não consigo ser falso, por isso sofro!

           Se só tenho esta vida para ser eu mesmo, preciso sê-lo bem! Eu rio e Canto, Porém...meu problema é você que não me reconhece. Como posso gostar de mim mesmo, se só minha autoapreciação não é suficiente?