I-VII Jaezes de vida e morte

Querida mãe,

há anos quero dar-te algumas palavras e receber as suas.

Perdi-me neste péssimo tempo e não quero ser encontrado.

Ouço quem diga meu nome enquanto pensa em outro.

E cansado de tantas vidas aqui, vejo que se tornou um vício me iludir.

Não entendo o mundo, nem este tempo que nos envelhece sem que passa.

Lembro-me de sua antipatia por quem normal se faça,

e vi que talvez, assim, mais goste de mim.

Mas por tanto culpar-me por existir, depressa lembro-me do porquê larguei-te aqui.

Descansa-se, então, com a paz de mim tomada, pois já não creio que justiça haja.

Murilo Porfírio
Enviado por Murilo Porfírio em 28/11/2021
Reeditado em 28/11/2021
Código do texto: T7395868
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2021. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.