O imortal
Eu posso sentir e ver a luz que tudo ilumina. Eu sou uma alma sedenta, pela água da fonte que mata e descortina os véus do mistério, que é há vida.
Não se deve parar com o rito mágico, pois é a sua perseverança que contribui para sua veracidade.Percebi a morte, quando bebi da seiva amarga; ela tirou –me do chão e perdi a razão de existir. Sou filho da minha mãe, mas, também, fui criado pelo deus do vento; ele era ligeiro, rápido como os primeiros raios do sol. A minha imortalidade está baseada no amor que possui a minha alma. Pois todo dia o meu verbo se faz na natureza, através de um rito cerimonial.
Eu vejo o passado e comparo com o presente e dessa luz arquiteto o futuro. Pois sou arquiteto, através da minha vontade de vivenciar o futuro, mesmo estando escuro para minha visão. Pois possuo o cajado do ermitão, aquele que tateia em quanto caminha pelo caminho estreito e esguio. Vejo a eternidade se cumprir na minha respiração e, ganho um novo renascer a cada dia. Sempre lutei e sempre lutarei pela minha imortalidade; pela manha me transformo no pelicano e, com a caída da noite me transformo na fênix.
Tudo isso é feito num rito mágico, onde a cadeia de união é a principal ferramenta.
Engana-se aquele que julga erradamente os homens de desejo, pois neles estão as películas da imortalidade; aquela que adentra e consome o tempo. .
Penso na vida, logo compreendo os dois caminhos e, com a lâmpada e o cajado do ermitão caminho tateando no meio da escuridão.
Procuro a imortalidade em mim, acredito encontra-la no seio de minha alma, onde o gozo é resultante de uma alegria transmissível.
Penso logo existo, penso na imortalidade e, com isso, sinto o fogo temperado vivenciado pela minha alma.