CAPÍTULO 45 - Martha e o Desafio de Reconstruir sua Vida

Martha estava na sala de estar de sua casa, olhando pela janela para a chuva que caía lá fora. Ela estava em um dilema: seguir o conselho de Sam e expor os problemas para sua mãe, ou fugir novamente, como sempre fizera. O medo de ser julgada e rejeitada era imenso. Ela sentia que, mesmo agora, com sua vida começando a se reconstituir, seu passado a seguia como uma sombra.

Ela pegou o celular e olhou para a mensagem que havia enviado a Sam semanas atrás, perguntando sobre seu progresso. “Eu sinto que nunca vou ser boa o suficiente. E se, no fim, eu apenas continuar a me perder?”

Ela tinha dado um passo importante ao começar a terapia, e os avanços que fizera na sua vida, embora pequenos, eram um sinal de que ela podia mudar. Mas ainda assim, os antigos medos a assombravam. Ela se perguntava se a sombra de sua mãe, com suas críticas constantes, jamais a deixaria em paz.

Ela respirou fundo e ligou para Sam. Quando ele atendeu, sua voz estava mais suave, quase como se a compreendesse sem palavras.

"Sam, eu… Eu realmente comecei a tentar, mas eu ainda sinto que não consigo. Tenho medo de ser a mesma pessoa que era antes. E se minha mãe for a única coisa que eu conheço? E se eu falhar, mais uma vez?" Martha falou, sua voz trêmula.

Sam ouviu atentamente, seus olhos fechando por um momento enquanto ele refletia sobre a dor da amiga.

"Martha, a mudança não acontece de uma hora para outra. O que você está fazendo agora, dando os passos necessários para reconectar com sua família e buscar ajuda, já é um grande progresso. Não se cobre tanto. Você não está sozinha nessa jornada." Ele fez uma pausa, permitindo que suas palavras penetrassem na mente de Martha. "Lembre-se de que os erros não definem quem você é. O que define quem você é a sua capacidade de recomeçar. Continue dando pequenos passos."

Martha ficou em silêncio, refletindo nas palavras de Sam. Ele estava certo. As coisas não precisavam ser perfeitas, mas ela poderia se permitir mudar e crescer, sem se deixar consumir pela culpa do passado.

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