No Brasil, falta (a)(à) educação...

Já diziam os antigos: costume de casa vai à praça! Na nossa realidade hoje, educação torna-se sinônimo de professor em sala de aula "educando" os filhos que estão alheios a qualquer probabilidade de querer alguma coisa com a "educação". Mas isso vai além do sinônimo, torna-se um problema também social, onde massas e massas de famílias perpetuam aquilo que receberam, seja bom ou ruim. Talvez, possamos comparar a situação da sociedade brasileira hoje, como um grande carrossel, onde ele dá voltas e mais voltas, onde temos a sensação que estamos chegando em algum lugar, mas são apenas voltas, infinitas, cenários que se repetem, histórias que se multiplicam, vidas que se perdem, seja fisicamente ou intelectualmente falando. Um povo que não se preocupa com sua própria história, tende a cometer os mesmos erros ano após ano, década após década, você já deve ter entendido onde quero chegar. Esquecemos quem somos, não perpetuamos os que foram, o que é bom se perde facilmente diante da constante busca pelo ter. Não há mais a importância pelo ser, apenas pelo ter. Seguindo esta filosofia, muitos se perdem, se vendem, se afogam nas próprias decisões, e o grande carrossel começa a girar. Você faz ideia de quem mais sabe disso? Sim, eles mesmos, os que governam. Não direi que são todos, que são muitos nem poucos, mas basta apenas um para contaminar todo o resto. E por incrível que pareça não são eles que mantêm o carrossel girando, é o povo. Isso acontece quando aceitamos trocar o ser pelo ter. Vendemos nossa dignidade, nosso caráter, em troca de promessas vazias e barganhas, no final ainda saímos sorrindo dizendo: Sai no lucro! Dizem mais: O problema não é meu! E o carrossel continua girando.

Dizem muitos: é o sistema, está tudo corrompido estou apenas querendo o que é meu! Se a corrupção não começa pelo pequeno, pelo menor, pela base, então eu desconheço o que seja corrupção, por favor, me esclareçam. "Não, ela começa lá de cima" dizem uns, mas quem a alimenta? Quem continua girando a chave que abre a porta pare eles entrarem? Obviamente, quem gira a chave tem que ser tão corrupto quanto quem entra pela porta. Mas é claro que não reconhecemos isso, podem até dizer: Eu girei a chave, mas foi ele que entrou! Desculpas mil surgem, culpados a centenas são apontados, mas a mão cujo um único dedo aponta para o outro, possui mais quatro dedos apontando para o eu. Para este título, entenda educação no seu sentido mais amplo, um conjunto de métodos e instruções que guia o menor pelo caminho que irá lhe fornecer os subsídios necessários para lhe dar com os problemas da vida real, desde os mais simples até os mais complexos. Mas, para que essa passagem de conhecimento seja efetiva e ao mesmo tempo positiva, é preciso ter uma fonte estável. Pergunto então: o que mais falta nas famílias hoje? Estabilidade. Seja ela financeira e/ou emocional, cujo o mais importante destaco aqui, é a emocional. Faltando estabilidade, a passagem se torna deficiente, e o carrossel continua girando, geração após geração. A falta eficiente e positiva desta passagem pode ser vista em nosso cotidiano, seja nos mais simples gestos, até no comportamento mais complexo do relacionamento humano. O Brasil pode ser comparado também a um grande trem a vapor, onde os governantes alimentam seu motor diariamente, mas o povo é quem traz a madeira e logo procuram seus assentos dentro do trem, na maioria sempre são os piores assentos que são ofertados, mas não importa, basta oferecer uma barganha, basta criar um programa que poda apenas alguns galhos do problema, e tudo é esquecido, mas o carrossel tem que continuar girando.

No Brasil, falta a educação, educação no falar, educação no se relacionar, falta a gentileza das atitudes, falta a vontade de se livrar das amarras do desconhecimento, aliás, como já mencionado, um povo que esquece sua própria história tende a cometer os mesmos erros continuamente. Basta sintonizar nossas televisões nos jornais populares de nossas cidades, regiões vizinhas, olhemos os noticiários, há exemplos em todas as partes do que estou falando neste texto. Pode chegar até a ser engraçado, rimos, nos divertimos com os falares e expressões de opiniões sobre determinados assuntos, não me refiro as gírias, a linguagem informal popular, mas as ideias por trás dessas falas, ao conjunto de concepções, que formaram, que definiram aquela opinião. Um problema que já vinha e agora vem com ainda mais ímpeto destruindo o mundo das ideias e dos pensamentos, a desinformação, a manipulação dos dados e a falta de interesse do receptor de avaliar, checar e buscar por fontes confiáveis a informação que recebe, afinal, é muito mais fácil acreditar naquilo que eu já tenho como verdade, do que ir atrás e checar a veracidade dos dados. Afinal, não foi a isso que nos acostumamos? Não é a esse tipo de conteúdo que nos expomos diariamente? Rimos, nos divertimos, compartilhamos, o tempo passa, as ideias desvanecem, a procrastinação aumenta, o campo intelectual perde seu valor. Tudo um processo lento, continuo e imperceptível. Para acrescentar uma cerejinha a esse maravilhoso bolo de sal, todo esse problema é fomentado pelo "excelente" sistema de ensino que temos, onde lá são formados pensadores apurados, cheio de ideias e convicções. Mas isso é assunto para o próximo capítulo. Pequenas atitudes podem não significar muito para quem as executa, mas falam muito sobre a pessoa, e quando essas pequenas atitudes são somadas a outras pequenas atitudes, mais e mais a pessoa estará revelando seu âmago. Não me entenda mal, mas sou do tipo que acredita que o que começa pequeno, pode com o tempo se tornar algo grande, um simples jogar o lixo pela janela do carro, ou colocar um chiclete debaixo da cadeira, por mais simples que possam parecer, é um problema, problema esse que pode revelar um grande desvio de conduta ou apenas um mal comportamento a ser podado. Entretanto, um mal que não é sanado, e em certos meios, é incentivado, pode gerar um grande problema. Estou cansado de ver pessoas e mais pessoas jogando lixo nos rios, pequenos plásticos, embalagem que por vezes poderiam esperar para jogar em algum lugar mais apropriado, mas despejam diretamente nas ruas como se nada fosse. Verifiquem as ruas como elas ficam após eventos, shows e festas, observem a quantidade de lixo que se acumula nas ruas, não há importância do lado dos cidadãos de cuidar daquilo que é deles, ou seja, aquilo que é público. É uma falta de zelo, uma falta de cuidado pelo patrimônio que é adquirido pelo próprio dinheiro deles, o que é público não é do governo, é do povo. Porém o povo, totalmente alheio as suas responsabilidades, apenas exigem seus direitos. Eu pedi para uma inteligência artificial realizar um pequeno resumo sobre como a responsabilidade e o patrimônio público é visto em outras culturas/povos, leia por favor:

No Japão, o senso de responsabilidade coletiva é ensinado desde a infância. As crianças, por exemplo, participam da limpeza da escola como parte da rotina escolar, o que ajuda a desenvolver respeito pelo espaço comum.

Nas cidades japonesas, é raro ver lixo nas ruas, mesmo havendo poucas lixeiras públicas. Isso acontece porque os cidadãos são ensinados a levar seu lixo para casa e descartá-lo corretamente.

O patrimônio público, como templos, jardins, monumentos e parques, é cuidadosamente preservado. Há um profundo respeito pelas tradições e pela estética dos espaços públicos, e o vandalismo é socialmente inaceitável.

Na Coreia do Sul, o respeito pelo bem público também é um valor cultural importante. O país tem feito grandes investimentos na preservação de seu patrimônio histórico, como palácios, templos e vilas tradicionais.

Além disso, os cidadãos sul-coreanos participam ativamente de campanhas de conscientização, reciclagem e educação ambiental. O serviço público é visto com seriedade, e há fiscalização rigorosa quanto ao uso e manutenção dos bens públicos.

A cultura do respeito aos mais velhos, à autoridade e ao coletivo contribui para uma atitude cívica positiva e colaborativa.

Na Suécia e em outros países nórdicos, a confiança nas instituições é alta e a transparência governamental é valorizada. Os cidadãos veem o patrimônio público como uma extensão do bem-estar coletivo e participam da fiscalização e manutenção desses bens.

Culturas indígenas e tradicionais, como muitos povos originários da Amazônia ou nativos da Austrália, enxergam o patrimônio como parte da natureza e da espiritualidade, tratando-o com profundo respeito. Para esses povos, cuidar do território e dos recursos naturais é um dever sagrado.

Isso é o que falta, valores. Não estamos construindo valores, as escolas não ensinam e não formam cidadãos, não forma consciência ou dever cívico, mas se limita, se priva a elementos conteudistas. Temos diversos exemplos de professores que se esforçam e tentam através de projetos inovadores criar algo novo e mais significativo, mas enquanto esse esforço se limitar a apenas alguns professores e não a todo o sistema de ensino, então esses projetos continuarão sendo apenas boas notícias aparecendo em nossas TV's.

É necessário que nosso sistema de ensino seja mais significativo, mais integralizado a vida de todos. Mais uma vez pedi ajuda a inteligência artificial para desenvolver um resumo sobre como essa integralização acontece em outros localidades/culturas, observe abaixo:

Nas escolas japonesas, a formação cívica está presente no dia a dia. As crianças são responsáveis por limpar a sala de aula, servir a própria merenda e organizar o ambiente escolar, o que desenvolve senso de responsabilidade e respeito pelo espaço coletivo.

Além disso, há aulas específicas de moral education, que ensinam valores como empatia, respeito às regras, cooperação e cuidado com o outro. A escola promove uma forte conexão com a comunidade por meio de festivais culturais, atividades de bairro e respeito às tradições locais.

Na Coreia do Sul, as escolas também trabalham fortemente a disciplina, o respeito à coletividade e o senso de dever. As instituições de ensino promovem campanhas ambientais, projetos de voluntariado e incentivo à participação em grupos escolares (como clubes de debate e grupos de estudo).

A relação com a comunidade é reforçada por meio de atividades extracurriculares ligadas à cultura coreana, preservação do patrimônio local e projetos em parceria com órgãos públicos e ONGs.

Nestes países, o currículo escolar inclui aulas de cidadania, política e meio ambiente. Os alunos participam de discussões e decisões escolares, desenvolvendo senso crítico e autonomia. Projetos escolares costumam envolver temas reais da comunidade, como sustentabilidade e inclusão. A escola é vista como um espaço democrático de formação cidadã, com forte apoio da sociedade e das famílias.

Na Alemanha, o ensino da cidadania é reforçado com disciplinas como Sozialkunde (educação social). Há foco no debate de questões sociais e históricas, incentivando os alunos a refletirem sobre seu papel na sociedade. As escolas mantêm parcerias com museus, centros culturais e instituições públicas para ampliar a vivência prática do civismo.

No Brasil, falta à educação integração, enquanto não nos sentirmos responsáveis pelo meio que vivemos, sempre estaremos terceirizando nossas culpas e ainda faremos isso com toda a arrogância que temos a disposição. Mas o problema se agrava caros leitores, pois tudo é visto como normal. Já estamos tão acostumados que não sentimos forças para a mudança, ou até mesmo não nos interessamos pela mudança, e há até alguns que esperam apenas o circo pegar fogo. O ensino precisa ser mais valorizado, os profissionais precisam ser mais valorizados, e isso nunca vai acontecer sem união, isso nunca vai acontecer enquanto os dito cujos estudantes tiverem e se sentirem mais privilegiados e mais empoderados do que aqueles que realmente fazem o ensino acontecer, os professores. "Não há escola sem alunos" dizem uns, não se preocupe, alunos não vão faltar, mas é preciso afastar os falsos alunos de dentro do seio educacional, é preciso tornar a educação desejável sem que o professor precise se desdobrar como marionete para atrair a atenção dos que desejam atenção. Sim, todos possuem direito a educação, mas vamos avaliar o cenário, já passei pelo ensino fundamental, pelo ensino médio, pelo EJA, em todos observo a mesma situação, alunos totalmente desinteressados, em sua grande maioria, e não venha com a falácia de dizer que é a metodologia desinteressante, professores não capacitados, isso é conversa de quem não entendeu ainda onde está o problema ou finge que não entendeu. Então por que esses alunos desinteressados estão em sala? Ótima pergunta, sabe qual é a resposta? Vamos fazer uma busca ativa, vamos colocar esses meninos e meninas em sala, eles tem direito de estarem lá, vamos segurar eles, vamos passando de ano para a nota da escola não cair, vamos aprova-los, assim os anos vão passando e todos nós nos tornamos em uma grande e sem graça piada. Observe, estou me referindo aos alunos desinteressados, que claramente observamos que seus objetivos são outros ao adentrar no seio educacional, não estou condenando a busca ativa, ela é um fator importante, sim, pois há casos e casos. Mas me recuso a aceitar que a escola deve aturar e fazer o famoso "segurar" estudante que não quer estar ali e ainda atrapalha quem quer, e é isso o que o sistema faz hoje, segura para poder maquiar os números e dar a falsa sensação de progresso, de ordem. O Pior está em ainda aprovar esse aluno de ano, ir empurrando com barriga para que ele seja problema de outros, uma bela maneira de lhe dar com o problema, mas o que pode ser feito, é o sistema. (Me reservo a aplicar um pouco de sarcasmo nesta última frase). Onde está o valor? Onde encontramos meus caros leitores a pátria educadora onde tanto vemos e ouvimos? Acredito que ficou em alguma utopia por ai cujo o governo tem como referência quando realiza suas propagandas.

Enquanto o tempo vai passando, os valores vão se perdendo, a raiz do problema se aprofunda cada vez mais, entretanto apenas os galhos são podados. Mas vamos criar propagandas, vamos anunciar que estamos bem, que há avanços, ninguém de fato irá checar os dados, então assim permaneceremos invictos passando por cima de um povo que dorme em sacrifícios. Está tudo bem, depois vamos sair nas ruas, pedir alguns votos, mentir mais e mais, damos uma barganha aqui, outra ali, aplicamos o escambo eleitoral, quando ganharmos tudo fica por debaixo dos panos, não tem problema, ninguém de fato irá atrás da verdade. Um ciclo se fecha, outro se inicia. Uma geração vai, outra vem. Mas a educação é a mesma.

No Brasil, falta (a)(à) educação, primeiro para entender que tudo é um todo, que somos partes de um grande ecossistema interdependente chamado Brasil, que um reino que se divide não prospera. Somos hoje fragmentos distorcidos, peças quebradas de um jogo que já perdeu a graça mas insistimos em jogar. No Brasil, falta (a)(à) educação, seriedade, compromisso e geração de valores. A cada esforço e dedicação individual, novos horizontes podem ser vistos, uma coletividade se constrói quando todos os papeis são bem desempenhados. Falta entender ou no mínimo se importar, que aquilo que é público não é do governo, é nosso, que o zelo coletivo gera satisfação coletiva, que uma comunidade unida gera uma sociedade unida, e por último, que tudo faz parte de um ciclo, que insistimos em dizer que não existe, e continuamos seguindo pelo mesmo caminho, besuntando o meio que vivemos e nos satisfazendo com a sobras e migalhas anunciadas em propagandas e festejadas pelo povo. Ahhhh, mas não se preocupe, o carrossel continua girando.