Édison de Oliveira 

             Como professor, em 50 anos de atividade Deus me permitiu conhecer poucas criaturas que se lançaram de corpo e alma na sua vocação. 
          Como professor o Édison de Oliveira, o mestrezão, se doou totalmente ao doce mister de ensinar !      Competentíssimo. Brilhante.      Enfim um ser humano ! Humilde.    O professor que ensina e faz com que os alunos gostem de sua matéria, o português.      Conhecido e adorado por todos o Édison é o símbolo de amor,carinho, ternura e dedicação. E é a prova que existem insubstituíveis.            A única unanimidade na sua atividade no Rio Grande do Sul.                                          Veja algumas de suas frases nas suas aulas show:                                                                O Édison dizia sempre em aula o seguinte: -Existe em Porto Alegre , um garçom que dizem, é a minha cara. As pessoas vão até conversar com ele , pensando que sou eu. E continuava: - Mas gente, não tem como se enganar. Ele não tem o braço duro como o meu! E só pedir para ele: - Estica o braço. E ele vai esticar porque só eu tenho o braço duro! Eu sou o autêntico Édison de Oliveira!                                                                                           Uma aluna escreveu um livro sobre todos os professores do Terceirão do Mauá em 1978. Sobre o Édison de Oliveira, de português ela anotou as seguintes frases usadas por ele em aula:       

“ - Ui, que nojo ( e passando a mão no peito suado ) , eu me dou, me dou e depois fico todo úmido !”
 

“Se o Édison não está lá não é o Mauá “ “ agora se entreguem totalmente a mim(ri). Só espiritualmente, não tem problema...” 


“-agora, quando se está numa turma brilhante como a de vocês e com um professor genial como eu...” 


“-Quero ver a minha sogra morta se estou mentindo” 


“-Gostam de áudio-visual? -Sim, gostamos. – Que bom ( e começa a desenhar primitivos traços de bonequinhos) , eu sou o único professor da América latina que usa o áudio-visual para ensinar, o único! Agora vocês dizem: Ai , que coisa mais amor.... E dizemos. E o Édison se faz de envergonhado, encolhe uma perna, baixa a cabeça e se enrosca no quadro. 


“Nas boates de dezoito anos, os caras vendem cocô de galinha como se fosse fuminho” 


" E vou contar prá voces porque os amo. Estes são os meus dentes. E tirava a dentadura dizendo: - São meus e estão pagos ! 



Ele gostava de ser chamado de mestrezão porque tinha meia duzia de pelos no peito e que segundo ele, fazia com que as mulheres enlouquecessem quando tinham acesso ao seu peito. E ele mostrava em aula os pelos quase invisiveis ! 



Uma vez a festa dos bixos foi na quadra dos Imperadores do samba, na época em frente a Zero Hora. Depois do resultado, dos choros e de muita alegria e muito chopp e passadas 3 horas de festa o Édison ( já bem mamado ) saia da festa acompanhado por mais de 500 alunos todos embalsamados de chopp e foram até a frente da prefeitura a mais de 4 km de distância. Sempre cantando, em meio ao tráfego e fazendo apresentação especial para os moradores que se acotovelavam nas janelas dos prédios que existiam no caminho. Era um acontecimento social. Os aplausos vinham de todos os lados. Passavam pela João Pessoa. Era uma festa. Sem arruaça e só na alegria do sucesso do vestibular. Todos comandados pelo mestre dos mestres. O Mestrezão ! Hoje ele viajou. Passou para um novo plano. E deixou entre nós os ensinamentos de um amigo, de um professor e de um cidadão. Ficou marcado indelevelmente o povo de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul que conviveu com ele. Foi um exemplo que agora deixa uma névoa de saudade e de orgulho pairando sobre nós por termos vivido na mesma época deste ser incrivel, fantástico e extraordinário !
 

Descanse, irmão Édison, que nós vamos procurar continuar nossas atividades, sem a tua presença física mas certos que estarás ao nosso lado transformado em pitadas de amor, carinho e determinação. Não vamos decepcioná-lo no mínimo em sua homenagem. 

Geraldo Fulgêncio 6 Março 2008  7 h h