Rotina

Rotina...

Retome teu espaço, e eu te devolvo o meu cansaço, minha luta diária, meu leão abatido a cada dia vencido...

Não faça cerimônia, fique à vontade e, por favor, refaça minhas horas devolvendo minha insônia, me abastecendo de sonhos... e, sem parcimônia, dê vida aos meus planos.

Sem ti fico aluada, perco o fio da meada, esqueço das horas marcadas, na verdade não quero saber de nada, nem da vida atribulada... quiçá da tua chegada.

De certa maneira até te agradeço... por tua causa meus dias de indolência são mais gostosos, mais proveitosos na medida certa da inação... ou de uma ação diferente, mais condizente com dias menos exigentes... não tem sol nem chuva que estrague o prazer da gente... seja uma ida à praia, seja um cochilo da mente... ou, simplesmente, usufruir o “dolce far niente”...

Mas... rotina, então voltaste a por tudo nos eixos, novamente os meus pés no chão.

E, se não tem outro jeito, sejas bem-vinda por fim, sabe... eu até reconheço... és parte de mim.