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Ninguém nunca me disse
Como chegar ao outro lado
Aqui é tudo tão diferente
Incorreto e imperfeito
Como é que posso ver?
Como posso acreditar?
Em seres invisíveis
Se o meu mundo é sempre
Tão inquieto e isolado
Existe algo que possa me levar
Para além do meu infinito
Não quero viver destinos impostos
Sonhos contraídos pela metade
Sob as cinzas dessa sociedade
Corrupta, doente e apática
Sei que preciso me agarrar
Frente ao espelho da esperança
Mas onde posso encontrar
A verdadeira identidade?
Como poderei recuperar
Os restos da minha integridade
Alimento próprio da mudança
Entre tantas feridas abertas
Por essa angústia existencial.