conforto

que seja passageiro, que seja efêmero, que se perca no vão dos pensamentos, que se faça uma lembrança desconexa e vazia, que me faça rir de mim mesma daqui algum tempo. e que não tarde.

que assim seja antes que meu coração derreta, antes que não me reste as unhas pra roer, antes dos meus olhos cruzarem fatalmente com os teus uma outra vez.

e que do encontro dos nossos olhares não reste entre nós senão o espaço fisico e as coisas que nele transita. quee faça manhã ou tarde, sol ou chuva, tanto faz. que essas coisas naturais e antes despercebidas em nada remetam a tua imagem. que sejam simplesmente chuva e sol e não tempestivas no meu pensamento.

e há de ser... como passos que se perdem pela neblina, que na memória tuas cores desbotem e percam o brilho.

mas que ainda brilhe onde estiver. enquanto puder. e para quem quiser.

Lica
Enviado por Lica em 25/04/2008
Código do texto: T961339