O MATUTO FILOSOFANTE

Por: Rosa R. Regis - Natal/RN - 25/02/2002

Prumode o qui ocê dixe

Eu fiquei mermo arretado!

Os óio se azanoiaro

E a boca, inviezada,

Deu, de lado, toda troncha,

U'a baita cusparada.

Desembainhei a quicé,

Qui já tava inferrujada

De guadhada na bainha,

Poi, fash tempo, num é usada,

E me aperparei p'ra fazê,

Hoje mermo, u'a buchada.

Mai, pru via dos seiscento,

Ocê sabedô ficô

Da "boa intenção" q'eu tinha,

Anton-se aperparô

Cum seu trabuco - um "dum-dum",

E, tocaiado, m'isperô.

Isperô, mai eu num fui!

Poi muito besta num sô!

Qué q'eu ia faze c'ocê

C'ua quicezinha, sô?!

Que nem ponta já num tem

Poi a ferruge torô!

Inquant'ocê, cum trabuco

Potente e bem azeitado,

M'ispera na "mutuca"

Cum ôto caba safado!

Eu sô "macho", mai num sô

Imbecí - abestaiado!

Poi isso de querê sê

Mai e mió c'oto home

Num leva a nada, pruquê

O qui é deferente some:

O caba morre! E o qui fica,

O Sê, qui Deus deu p'ro home,

O meu é iguá o seu

E tem inté o mermo nome.

Rosa Regis
Enviado por Rosa Regis em 07/05/2006
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