TRISTEZA CAIPIRA

Tenho do tempo que me resta

Tenho saudades de minha pressa

Tenho um pouco de conversa

Mas nada neste solo que me interessa

Tenho saudades do sol que me aquece

Tenho um campo de promessas

Das histórias mais distantes

Faço da lua minha prece

Tenho um pouco de coragem

E falo um pouco de amor

Faço as estrelas minha homenagem

De saudades em poucos versos conto minha dor

Senti pena daquela terra quando a vi

Pensei comigo: “Meu Deus, o que fizeram daqui”

Não vejo mais a lua, nem canta mais meu sabiá

Fizeram uma rua, e não ouço seu cantar

Sou caipira desalmado, de meu canto fui privado

Tenho agora um coração alado, não pego nem mais em meu arado

Vejo a noite erguer as luzes, das ruas e das casas

Só pergunto ao meu Deus: “onde estás o meu reino encantado”

Daykon
Enviado por Daykon em 05/08/2006
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