MINERIM
(Sócrates Di Lima)
 
Não sou zé, tião ou tonho,
Mas, taménsô pédiboi, hometrabaiadô.
Fumo meu cigarro di paia medonho,
E ninguém me fais favô.
 
Minha carça é regaçada uai...
Minha butina aperta iguar do inhô Bento.,
Discarsu,  paia ditraisdoreia ó pai,
Odeio pião nojento.
 
Num sô caipira não sinhô,
Mas respeito muito eis...
Sô mineiro de quarqué canto sô,
Valo muitos réis.
 
Prestenção nuquitofalano,
Eu sei oncotô...
Num falo mar de fulano,
Purque sei proncovô.
 
Gostu di café nubule, nungoscordirosa,
Quejo é minha refeição.,
Quando minha telesão num tem prosa,
Com certeza tem feição.
 
Gostu de lê minha revista óia,
Aquela  que o paulista chama de veja.,
Na casa dus parente filo bóia,
Na minha casa eles bebe cachaça e cerveja.
 
Gostu de um cachaça bem forte,
Fumu pro cigarro tem que sê perverso,
São Sebastião me livra da morte,
Sô cabra macho, masducado de berço.
 
Sonstudo mundo amigo,
Porta da minha casa é a serventia.,
Praqueles que trava comigo,
E tenta pôrbubaxo miafia.
 
Muié, eta trembão...
Mas tem que sê cumrespeito.,
Num mexe cum fia minha sencasnão,
Senão leva chumbo nos peito.
 
Gosto di chegá num barcão portrais,
E priguntá se tem um trem pracumê.,
Óiquisô, esse trem é doidemais,
Cumpinga intão, é defervê.
 
As veis sento cindacama,
Pra vê se osmininxegaro,
Óiu  tradaporta e badacama,
Pra vê eistãocondido é claro.
 
Tranzantonti uviumbaruim,
Crendeuspai era uvidiperfume quicaiu prarribadeu.,
Quaiscai fartocadiquim
Intão procevê, conforfô, vanssimbora ocêieu.

Némermo!!!
Socrates Di Lima
Enviado por Socrates Di Lima em 17/05/2018
Código do texto: T6339114
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