A FILA QUI DESANDÔ

Poeta Cypriano Maribondo – ZAP. (84) 9.9679.6174

mgtpoeta@yahoo.com.br – em 20/05/2020

Poesia escrita no linguajar simples do Cabra da Peste do meu País

Chamado NORDESTE que eu como Poeta Paraibano tenho orgulho

De ser um Cabra da Peste.

Se é verdade eu num Sei, só dizem que foi assim.

Na fila do Banco do Brasil lá prus lado do interiô.

Teve um aribuliço e uma carreirão bem grande.

Que inte a Fila da Emergênça da Sêca desandô.

Eles dizem qui assim, o acontecido, aconteceu.

A fila táva bem carma, todo povo cunversando.

Cada um no seu lugá, tudo tava bem direitinho.

Um Cabra mitido chegô e a fila ele foi furando.

Fala mansa, de um por um, foi logo passando.

Ele chegou no Zeca que mandô o cabra voltá,

Falô Zeca: cheguei onti a noite, eu num saio.

Num adianta a fala macia, eu num vou escutá.

O Cabra pegô a carteira de Sargento e mostrô.

Zeca confiante disse: O errado é a Artoridade.

Furá essa fila num é coisa de um Cabra sério.

Fique lá atrais se vosmice e Cabra de verdade.

Nisso cumeçô um bate boca e veio a increnca.

O Sargento resoveu, da mãe do Zeca, mau falá

Disse prú Zeca que Ele podia ser inté seu filho.

Fui lá in Natal, im Maria Boa, a sua Mãe tavá lá.

Eu inté aguento tudo mais num fala de mamãe.

Cum um tapa do Zeca, o sargento já caiu pra lá.

O Sargento se alevanto, olhô pru Zeca e bateu.

O Zeca caiu no chão, más antes de se alevantá.

O Sargento pego o Zeca e pela rua ele arasto.

Pelo meio do povo da fila que tinha desandado.

Foi arrastado que Zeca foi jogado na delegacia.

O Sargento levô Zeca preso pru Dotô delegado,

Nem o Delegado nem o Juiz quis escutá o Zeca.

Nem todo o povo qui tava na fila que desandô.

Muitos ficava cum Sargento, pocus cum Zeca.

Más ninguém quís falá, cum medo do seu Dotô.

Na delegacia, inté o Juiz deu uns tapa no Zeca.

Todas as auturidade quiria alí mostra seu pudê,

O Zeca pegô três meses de cadeia bem braba,

Todo os dia o Sargento ia lá pra no Zeca batê.

apois três mêses de sofrença o Zeca foi solto.

Pegô os seus documento e prú Banco foi afinal.

Busca seu dinheirinho que deu tanta confusão.

Foi pru terminá e comprô uma passagi pra Natal.

Chegando lá in Natal, foi direto prá Maria Boa.

Atrás de sua Mãe pra, confusão, ela aresovê.

Se ele era um filho dela com o tal Sargento.

Se for, volta pede desculpa, ele pago pra vê.

É assim essa istória qui o povo anda a contá.

O Sargento tinha toda razão. Pode acreditá.

A MÃE disse pru Zeca Sargento era o seu PAI.

Meu Filho nun ta certo voismice cum ele brigá.

E mais uma istória das quais meu povo conta.

O acontecido aconteceu nos anos sessenta.

Só sei qui foi assim qui a istória foi contada.

Se mentira ou se é verdade é pru sua conta.

Eu inspero qui vocês tenha apreciado e lido.

Esse causo acontecido que eu resolvi contá.

Zeca, o Sargento e a Mãe tão juntos, dizem.

Lá In Mãe Luiza, Natal, vocês pode inté achá.