Séculos de repetições

Séculos de repetições

O sertão é uma magia

que o poeta por mais que a interpreta

não consegue abranger totalmente

porque desde a semente até a colheita

a gente se ajeita de qualquer maneira

que faz até da poeira

uma forma de rima ou mania.

Casas antigas, paredes de barro ou alvenaria

mas isso pouco importa

a não ser janelas velhas ou a velha porta

onde passaram tantos coronéis

que nada passavam de velhos tabaréis

mas que tinham o passo torto

além do conforto de uma história rica.

Olhando firme pro pasto

marcado pelo rasto do arado

das incontáveis juntas de boiada

e dos esquecidos inesquecíveis carreiros de outrora

que no tempo de agora

são a alcunha de alguma pessoa de sua família.

Maior que a força da poesia

é a mania de deixar história

e a memória é a grande herança

que toda pessoa que tem boa lembrança

nesses lugares de todo o nosso sertão

faz prorrogar a história de todos, em séculos de repetições.

Mateus Almeida Santos. 13/09/2021.

Mateus Almeida
Enviado por Mateus Almeida em 13/09/2021
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