VIDA DO VAQUEIRO

No meio dos cipós

Entre cactos e lageiros

Lá vai o velho vaqueiro

Passando pela caatinga

No que a alma sinta

Da vida o derradeiro

O sol queimando tudo

Deixando a mata inerte

O Juazeiro escudo

Da queimadura que se inverter

Embaixo do gibão

O solitária ser transita

Riscando os espinhos

Que abundantemente habita

Em busca de uma rês

Que por sua vez

Se desgovernou do caminho

Coragem e luta preserva

O dia a dia do homem

A seca que a mata consome

Cenário que se conserva

O toco que se desvia

Um galho baixo que passa

O salto a cerca ultrapassa

Para no final do dia

A noite que se anuncia

Agradecer aquela graça

De mais uma luta

Do guerreiro e sua labuta

O velho lobo do mato

Na conduta e no trato

Na boca da noite a sela tira

Empindurando a cia

No armador do armazém

Fez o que lhes convém

Na condução da sua trilha

Dorme suave na rede querida

Com o sonho da missão comprida

Seu companheiro no peito sangra

Riscas do seu trabalho

Marcas que já são tantas

Em busca dos atalhos

Agora na capoeira descansa

Da peleja daquela dança

Amanhã tudo

Tudo acontece novamente

O trabalho persistente

Das lidas que ficam pendentes.

A VIDA DO VAQUEIRO

FRED COELHO 2018

Fred Coelho
Enviado por Fred Coelho em 28/04/2019
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