Homem perdido
Vislumbro ao longe as flores da primavera
Que não irão perfumar o meu caminho,
Sem suas cores,sou como a triste tapera
Que abriga um coração que apanha sozinho.
Sou um homem perdido que ainda espera
Sentir em sua pele a suavidade e carinho,
Da doce esperança, que de anjo virou fera
Deixando em mim o sabor de azedo vinho.
A minha boca entreaberta sussurrante delira,
O medo dos desamores algozes e cruéis tiranos
Que fazem palpitar no peito os terrores insanos,
São as dores do tempo, que meu frágil viver aspira,
Que espalham minhas lágrimas pelos ares serranos
E fazem da sofrida vida, abreviar-se os anos.