Quando o amor chega e você não o vive

É noite, talvez ainda seja dia, não sei bem ao certo, mas posso sentir a brisa de outrora, posso senti-la agora mesmo enquanto escrevo, enquanto rabisco na imensidão lembranças dos nossos dias, ah! Como era bom chegar naquele aconchego, como era bom esperar você para o café, para o almoço, ambos aconteciam de forma rápida, o tempo era incansável, insistia em não dar trégua, o trabalho era árduo, mas nunca o impediu de sorrir-me, ah! Teu riso solto, desconcertante que fazia meu coração inocente pensar: porque ele não chega mais perto. Muitas vezes quis chegar e dizer: abrace-me, mas tinha receio de assustá-lo com meu pequeno atrevimento. E assim, o tempo foi passando, brincávamos, sorriamos, ouvíamos músicas, músicas essas que desejava estar abraçada a ti, sentindo teu braços envolvidos num abraço, no nosso abraço, sentir teu cheiro marcante, sentir tuas mãos, mãos essas calejadas pelo trabalho árduo, mas que eu adorava cada vez que podia senti-las. Meu coração queria chegar até você, desejava que fosse recebido ardentemente, que fizéssemos das nossas noites as mais belas, que pudéssemos caminhar lado a lado, que com o passar do tempo sentaríamos naquela velha calçada, naquele velho banco de madeira do qual eu adorava descansar depois do almoço.... Meu coração ardente não falou, e mesmo quando poderia acontecer o tão sonhado beijo, ele paralisou, não compreendeu quem em você havia o mesmo desejo por aquele momento. O tempo passou.... o sentimento adormeceu, ficou ali guardado, ficou a ilusão daquele amor que podia ter sido... Meu coração levou anos para descobrir que todo meu desejo também era nutrido pelo seu coração, mas que ambos eram inocentes àquele sentimento que de tão bonito ficou guardado como lembranças de dias vividos, compartilhados apenas por dois corações hoje “distantes”.

GEUSA HENRICO

Geusahenrico
Enviado por Geusahenrico em 18/05/2018
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