O Pobre Coitado

Ele ficava ali parado,

Uma tira colo do lado

Com documentos e lenço,

O ombro meio tenso,

A testa bem franzida,

Os cabelos sem vida,

Os dedos a tamborilar

O inexistente no ar.

Não falava com ninguém

E Seu olhar mirava o além.

Diziam que era doente

Do corpo e da mente.

Um homem sem história,

Um guerreiro sem vitória,

Um andante sem estrada,

Um amante sem amada,

Uma criatura perdida

Num beco sem saída.