Outro encontro de opostos trágico

Ela era baixinha tinha os cabelos coloridos,

Ele era alto e gostava de cortar curtinho.

Ela era conhecida, cheia de amigos.

Ele tinha dois e um nem estava mais vivo.

Ele sonhava em ser atleta,

Ela tinha fé que Elvis ainda vivesse em algum canto da Itália, ou talvez Portugal.

Ele era atraído por cabelos de sereias.

Ela pelos quase marginais que estavam de jeans com um cigarro na areia.

Ele era de touro.

Ela áries mas nem ligava.

Ela sempre desajeitada.

Ele na moda andava.

Ele acreditava que amor era no fundo algo corriqueiro,

Acontece uma vez na vida, como pro seus pais no fim de um Janeiro.

Ela via o amor como uma grande lenda,

Mas atravessaria um deserto se encontrasse um que valesse-lhe a pena.

Por que curtia bucólicos poemas .

Mereciam se apaixonar?

Não.

Mas a vida tem desses problemas.

Eduardo na verdade era o astuto guerreiro, Mônica a bailarina pequena.

Ele sobreviveria a vida com todas as dores que se pode ter.

Ela rasgaria as roupas e rolaria nas cinzas se seu cachorrinho viesse a morrer.

Ele levaria nos braços toda vida o fardo de crescer.

Ela não passaria da adolescência nem se 95 invernos sobreviver.

Ele seria encontrado pela nora morto,

na cama aos 86 depois de um livro anoite tentar ler.

Ela antes dos 23 se drogaria por um ator de teatro de cabelos avermelhados.

Junta-los era certo ou era errado?

Seria mais certo se fosse no século passado?

Daí não seriam nem Mônica nem Eduardo.

Talvez Julieta e Romeu, outro encontro de opostos trágico.