Não espere nada

Não te ofereço o céu

O máximo que posso te dar

É o inferno dos meus braços

E a vertiginosa força do meu corpo

Se isso for pouco, sinto muito

Meus sentimentos não posso

Não quero dar, já não tenho

Mas o que tenho é a chama

Do prazer que embriaga

Mas não afaga, só machuca

Não existe entrega na minh'alma

Nem calma no meu coração

Só pedaços espalhados de dor

Por feridas que não fecham

No demais, tanto faz o que tenho

Dentro de mim não contenho

Docilidade nem submissão

Só o fogo pálido da desilusão

E se a sua carne eu ferir

Se assim preferir

Seu amor posso matar

Não com armas letais

Mas com palavras

E atitudes informais

Paulo Raven
Enviado por Paulo Raven em 16/02/2020
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