Assim mesmo…
Fui tola ao cair na tua imagem.
Acreditei em alguém
Que nunca existiu de verdade.
E fui afundando na infelicidade.
No primeiro bote, usaste-me por ser pura,
Pois tua vida estava em escuridão.
E eu, com minha inocência,
Conheci tua indolência.
Minhas lágrimas fantasiaram um pseudo-amor,
E, por dentro, sentia toda a dor.
Quando tua máscara caiu,
Finalmente encontrei minha face.
Minha tristeza não foi por ser usada à noite,
Mas por ser esquecida ao amanhecer,
Enquanto eu morria pela tentação
E tu cravavas uma faca no meu coração.
Agora, preciso despoluir-me de ti.
Amanhecer e fazer-te esquecer
Que um dia passaste pela minha vida.
Tornar-me impávida.
Meu erro foi desenhar-te
Como personagem em minha mente,
Criado para me fazer crer
Que poderia haver amor.
Acredito em pessoas que partem
Sem despedida ou explicação.
Gente como eu, que gosta de caminhar pelo mundo,
Refletir na solidão.
As pessoas não são feitas para mim,
E eu, para elas, também não.
Caminho por vielas solitárias,
Pisando no chão que me comprime.
Agora, todos são passados,
Não acredito em seres encantados.
Prefiro ser inanimada,
Esquecida, desapegada.