Sobre alguém novo
Ando pelos corredores
com pressa de beija-flor.
Como rio que corre solitário,
sigo sem dividir meu curso.
Tu vens, roubando de mim
o susto inocente.
Entro em transe
enquanto ris de leve.
Teus olhos prendem-me,
como luz que encanta a criança.
Disfarço o que sinto,
com medo de voltar a ser pura.
Cinco minutos de atenção.
Depois, ignoro-te na noite.
Faço-me ausente.
Não somos para isso.
Mas tu tocas-me novamente.
Palavras somem.
E lá estou eu,
perdida no meu próprio transe.
Ao fim do dia,
tua imagem volta.
Mas devo apagá-la.
Tenho medo de ser pura novamente.