Deixei de acreditar em ti
Minhas mãos anunciavam a despedida,
O "até" era para ser "nunca mais",
Meus olhos não querem mais olhar para trás,
Sentia-me perdida, sem saída.
Joguei minhas canetas fora, parei de te desenhar,
Não há mais razão para acreditar,
Tua presença, agora morta, vazia,
Como aquela noite fria e sombria.
Não me sinto mais confortável,
Cheguei ao limite do meu coração,
Tudo se tornou insolúvel,
Agora posso ser forte e andar pela escuridão.
Vou esquecer tua voz em meus ouvidos,
Ignorar teus sentidos,
Fingir tua inexistência,
Tornar minha resiliência.
Deixei de acreditar em ti,
E no amanhecer que um dia vi,
Hoje sou cética, mais real,
Nada em ti é mais especial.
Meus olhos castanhos queriam chorar,
Mas ao mesmo tempo estavam a brindar,
Finalmente, posso me libertar de tua presença,
A Inês morreu, virou descrença.
Poderia ser tolice ou falta de maturidade,
Eu inventei em minha cabeça a pseudo-felicidade,
Mas um dia meu corpo cessa, esgota,
Como a última gota.
Desculpa, não acredito em ti,
Nem nas palavras vazias do anoitecer,
Que adoras me dizer,
Deixei de ser teu abrigo.
Outras pessoas surgiram em meu lugar,
Como dizes, "o mundo é grande", e tenho tanto a brilhar,
Perdi a paciência, a vontade,
Agora sou eu e minha resiliência.