Um mar Gigante
Mergulhei de cabeça,
dei de cara com o breu.
O fundo me abraçou com o frio,
e o silêncio fez morada.
Por um tempo, eu fiquei,
acostumei a respirar o vazio,
fiz amizade com as sombras,
e esperei que dali surgisse luz.
Mas o breu não iluminou,
e o peso começou a puxar.
Subi.
Braçadas lentas, dolorosas,
mas minhas.
Agora, quero o raso.
Quero sentir o chão sob os pés,
o sol aquecendo a pele,
a segurança de não me perder.
O profundo me ensinou,
mas é no raso que eu respiro.
E, por ora, é o suficiente.