Um mar Gigante

Mergulhei de cabeça,

dei de cara com o breu.

O fundo me abraçou com o frio,

e o silêncio fez morada.

Por um tempo, eu fiquei,

acostumei a respirar o vazio,

fiz amizade com as sombras,

e esperei que dali surgisse luz.

Mas o breu não iluminou,

e o peso começou a puxar.

Subi.

Braçadas lentas, dolorosas,

mas minhas.

Agora, quero o raso.

Quero sentir o chão sob os pés,

o sol aquecendo a pele,

a segurança de não me perder.

O profundo me ensinou,

mas é no raso que eu respiro.

E, por ora, é o suficiente.

Imana Dandara
Enviado por Imana Dandara em 24/01/2025
Código do texto: T8248863
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