Beleza cruel

Tecido de sombras e frio a tocar,

Há um véu de seda negra no ar.

A lua pálida, chora no céu,

Entre estrelas mortas, um lúgubre véu.

Beleza cruel, que encanta e fere,

No doce veneno, que a alma prefere.

Flores murcham ao som do teu riso,

O eco distante de um paraíso.

Teus olhos abismos, que devoram luz,

Guardiões do silêncio, onde a dor seduz.

Cada sorriso, lâmina afiada,

Corta a esperança, deixa-a calada.

Caminhas sozinha, por campos cor cinza,

Onde o tempo se arrasta, sempre ranzinza.

Aves em silêncio, não ousam cantar,

Temem teu toque, temem teu olhar.

Teus passos ressoam, no chão esquecido,

Em ritmo lento, amargo e contido.

És musa sombria, és caos sereno,

Espectro que dança, em um mundo terreno.

E na escuridão, deixas tua marca,

Uma rosa negra, eterna e amarga.

Beleza cruel, que a tudo destrói,

Mas na dor que semeias, o silêncio constrói.

Betaldi
Enviado por Betaldi em 25/01/2025
Código do texto: T8249021
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