Amor de pedra e fogo
*dizem por aí que poemas e poesias, assim como as mulheres, não têm nenhuma obrigação de ser delicados. Assim sendo, toma:
O amor me veio torto, sem aviso,
feito faca cega rasgando o peito,
cuspiu promessas com um riso indeciso,
mas só me deixou com saudade, um tanto sem jeito.
Fui burro, fui cão sem dono,
lambi tua sombra, mendiguei calor,
mas amor não vive de migalha e sono,
quando desanda, vira veneno e dor.
Que venha outro amor, sem trapaça,
sem jogo sujo, sem medo ou freio,
mas se for pra ser mais dessa desgraça,
que vá pro inferno antes do meu devaneio.