Não vou te dar a mão, mas posso dar o resto

Um dia, sentei-me no meu canto,

E comecei a falar, sem encanto.

Dentro de mim, apenas o que restou,

Apenas o que meu interior desabafou.

Eu não vou te dar a mão,

Para algo que não há no meu coração.

Mas posso dar o resto,

E assim, me presto,

A viver com serenidade.

Outro dia, deitada no chão,

Coberta por gramas, na quente estação.

Vi o clarão do sol me tocar,

E pude, enfim, me revelar.

Eu não vou te dar a mão,

Pois não há paixão no meu coração.

Mas posso dar o resto,

E assim, me presto,

A viver com algum sentido, sem aflição.

No último momento, olhei pela janela,

E vi a vida passar, nas vielas.

Num dia nublado, o vazio,

O silêncio me envolveu, tão frio.

Eu não vou te dar a mão,

Pois não posso oferecer a imensidão.

Mas posso dar o resto,

E assim, me presto,

A viver com uma nova direção.

Felipe Mattos e Sofia
Enviado por Felipe Mattos em 30/01/2025
Código do texto: T8253295
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