Juras de desamor eterno

Os amantes se amam em agonia

e por ser amor, já não se tocam.

Um se beija no outro, distraídos.

Já nem são amantes, são inimigos.

Amantes são faróis para o passado

Brilho intenso sem qualquer serventia

Apenas ficam juntos: e não percebem

Quanto lhes pesam a rotina do dia-a-dia,

E o corcoveio xucro do amor enjaulado

Nada, ninguém está lá. Só déjà vus

Que riscaram o existir, são só pegadas

Impressas na lembrança, os corpos nus

E os pés feridos do longo trajeto

Esfoladas as falanges latejam

Doer, sofrer, e doer novamente

Sem direção e sem sentido, caminham

Para sofrer juntos, a doer eternamente.

Kleber Versares
Enviado por Kleber Versares em 03/02/2025
Reeditado em 03/02/2025
Código do texto: T8256194
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