Juras de desamor eterno
Os amantes se amam em agonia
e por ser amor, já não se tocam.
Um se beija no outro, distraídos.
Já nem são amantes, são inimigos.
Amantes são faróis para o passado
Brilho intenso sem qualquer serventia
Apenas ficam juntos: e não percebem
Quanto lhes pesam a rotina do dia-a-dia,
E o corcoveio xucro do amor enjaulado
Nada, ninguém está lá. Só déjà vus
Que riscaram o existir, são só pegadas
Impressas na lembrança, os corpos nus
E os pés feridos do longo trajeto
Esfoladas as falanges latejam
Doer, sofrer, e doer novamente
Sem direção e sem sentido, caminham
Para sofrer juntos, a doer eternamente.