MÁGOAS!...

Mágoas!

Abertas as feridas

Soltam-se as feras

E essas feras feridas

Refugos dessa vida

Refugiam-se no obscuro

Silêncio barulhento

Do corpo inerte, sem vida...

Da vida sem cor e sem sabor

Sem amizades e sem amor

Amargura,solidão sem fim

Tudo define-se como:

As ausências,as carências...

E tantos outros sentimentos

Todos doloridos,doídos

Mágoas e mais mágoas

Seres que machucam outros

Sem dó nem piedade

Mas a vida é tranzitória

Um jogo malévolo de roleta russa

Aí...Me torno obtusa

Abduzida pelas mágoas

De um mundo que revela-se

Um buraco negro,um poço sem fundo

Onde se cai,cai,cai,...e se esvai!...

O tempo passado não volta

Mas a mão da vida não dá trégua.

E logo,logo bate no outro lado da tua face

E...Mágoas e mágoas

Vou seguindo nessa tranzitória vida

E como uma fera ferida

Defendo-me e ataco

Me escondo e nesse esconderijo

De repente:

Eu me encontro.

Eu e somente eu

Sozinha nesta vida.

Com minha alma partida

Vou seguindo catando os cacos

Colando os pedaços

E vou seguindo em frente

Pois a vida não para

A vida segue

E eu acompanho com passos lentos

Vivendo ao relento

Escutando promessas jogadas ao vento

Como palavras mortas

Tortas...

Como Eu

Como minhas mágoas

Como a minha vida

Sou uma fera!Vivendo nesta selva de bestas feras

Repugnantes,revoltantes...

Magoada eu sigo Nada posso fazer

Vou seguindo a tênue linha desta vida

Vou sobrevivendo,tentando as vezes esquecer

As mágoas da minha fera;Que foi vencida!

Helena Lins-03-03-2006

Helena Lins
Enviado por Helena Lins em 03/03/2006
Código do texto: T118143