Oximoro

Garrafa em oceano, rogo no papel

Quase afundando no grande azul

Rezas em aviãozinho pra Istambul

E lá não chega... nem céu.

Agora é a rua que anda por mim,

A chuva se faz com pedaços de papel

São aviõezinhos sem se avir.

Sonhos depositados em nau de mel

Parei o tempo para olhar o azul

Ele não parou para ser olhado.

Tempo correndo ao meu lado...

Não percebi, permaneci sentado.

Esperei uma cura no infinito do céu

Encontrei-a, trazida no vôo de um grou.

Foi a paz da morte que, então, chegou.