Tempo de Abandono.
Tempo de Abandono.
(Sávio Assad)
Eu calado e você também,
sem nenhuma explicação
nos fechamos e atamos os nós.
Nós solitários, nós de nós mesmos.
Arrancamos com garras de ferro o
afeto, destinado aos amantes.
Expulsarmos os desejos de nosso
corpo, que agora vivem inertes
no abandono de um dia de outono.
O prazer da tua língua em meu corpo
já não existe, se calaram no caminho,
perdido em ruelas de desilusão.
Nos abandonamos ao relento,
sem querer saber do pensamento insano.
Somos culpados, culpando o tempo.
E o tempo, esperando...
Esperando no avançar dos minutos,
para sumir no século do abandono.
Niterói - RJ - 29/03/2009