Sombra Amiga .
Não me digas adeus, ó sombra amiga,
Abranda mais o ritmo dos teus passos;
Sente o perfume da paixão antiga,
Dos nossos bons e cândidos abraços!...
Sou dono de místicos cansaços,
Não sou tolo, mas não sou o fantástico,
Que um dia ficou preso nos teus braços...
Não vás ainda embora, ó sombra amiga!
Teu consolo faz de mim um cisne em riste,
Que pelas ondas flutua sem lhe ouviste,
Mas que ouve sua melodia, sua canção triste!
Espera... espera... ó minha sombra amada...
Vê que pra além de mim já não há nada.