SINOS SILENCIOSOS

Porto no bolso a espera

na síntese do que emboca,

a cada dia que deslizo

dentro de meus mares.

Que rejeita os sinos

os fogos e o gozo

que morrem em véspera

do que me anunciei.

Tudo se posta tarde,

passado e côncavo

na saudade de mim

quando nunca fui.

Um espelho torto,

dragão e fomentador

nem me reflete

nem me abjuga;

apenas mostra um rosto

que fustiga o que de mim

escorre e não deixa

nascer o que me conclui.

(ESSÊNCIAS DA NOITE, 2008)

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