SINOS SILENCIOSOS
Porto no bolso a espera
na síntese do que emboca,
a cada dia que deslizo
dentro de meus mares.
Que rejeita os sinos
os fogos e o gozo
que morrem em véspera
do que me anunciei.
Tudo se posta tarde,
passado e côncavo
na saudade de mim
quando nunca fui.
Um espelho torto,
dragão e fomentador
nem me reflete
nem me abjuga;
apenas mostra um rosto
que fustiga o que de mim
escorre e não deixa
nascer o que me conclui.
(ESSÊNCIAS DA NOITE, 2008)
Sítio de Poesia
alfredorossetti.com