Alma de poeta

Eu carrego uma dor na alma,

Aquela que emana dos românticos,

Poetas de um mundo absurdo,

De faz de conta,

Onde amar é o verbo mais conjugado.

Imagine que eu seja,

O mais mal-amado dos românticos,

Mais desprezado dos viventes,

Sou eu carente, mas descente,

No mundo real amargurado.

Imagine então que eu seja,

O ultimo dos românticos,

A inundar, transbordar

Me afogar em lágrimas,

A me guardar a cada alvorecer

E crepúsculo do dia,

A me desfigurar em rugas

E fios grisalhos,

A me contentar a esperar

Tuas caricias e tocar tuas curvas,

Mesmo que seja só algum dia,

Tudo, tudo por você.

Imagine agora que não existam musas,

Só a solidão como campania,

O triste fim do homem que foi capaz,

De sacrificar a vida por uma ilusão.