Corda bamba

Quem mandou tu perderes o equilíbrio

Dos sentimentos, nesta corda bamba

Que é a vida, e te expores na varanda,

A toda sorte e soberbo capricho?

Quem mandou tentares o mundo abarcar

Com as mãos grandes de teus olhos compridos?

Não vês a alma dissipada de um ser sem sentido

E zonzo, por aí no tempo, apequenado e ímpar?

Agora não te adianta passares por caracol

Notívago, ziguezagueando, em fuga da luz;

Rompeste o pacto que a ti propus,

Esgueiraste do mundo, num jogo de lua e sol.

À espera do casual encontro jamais marcado,

Tu deixas meu cérebro atônito

E o organismo desandado em lasso vômito.

Acorda pra vida, que o tempo é um trem apressado.

Cid Rodrigues Rubelita
Enviado por Cid Rodrigues Rubelita em 28/06/2006
Código do texto: T183856