FUGINDO


Escondo na alma as feridas das estações
vencidas, bloqueio sentimentos partidos
e abafo o som magoado das emoções
que lamentam pelos sonhos perdidos...

Não encontro o ponto de reencontro
onde a fantasia fluia em minha vida,
o silêncio fatal veio lento e pronto
e deixou-me tonta, em solidão perdida...

No cerne fui mortalmente ferida,
ficou o vazio de um tempo inconstante.
Na aurora borrada, sempre amanhecida
a esperança não acompanha o instante...

Não tendo paz, fujo para meu interior
acuada, inquieta, doída, sentida,
tentando desfazer mentiras de um amor
que foi o maior sentimento da minha vida...

Hoje sei, o eterno não existia... Se desfez
qual pó de giz, onde juras são apagadas...
Nesta minha louca e constante insensatez
consenti nesta união de luzes apagadas!

Escondo-me, envolta em véus obscuros...
Restos de mim vivem presos, em céus escuros!



15/08/2009



Anna Peralva
Enviado por Anna Peralva em 22/12/2009
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