" Fantasias "

Quando fecho a porta

E toda luz se esvai,

Quando o breu

Se faz presente como visita impertinente,

Eu me transformo;

Viro rainha, princesa nos meus domínios.

Nesta hora,

Eu sou aquela que queria ter sido,

Eu sou maior que minhas mentiras,

Eu sou alta, bela e magra,

Sou seu sonho mais bonito.

Meu vestido é de cetim,

Minha pele sedosa como asas de borboleta,

Sou quem você sempre quis,

Seu desejo mais antigo.

Quando fecho os olhos

E viajo a outros mundos,

Sou sua imagem presente

Me tornando mais ausente;

Como um olhar

Sem ter o que mirar.

Quando fecho a porta

Meu coração se abre,

Minhas inverdades afloram,

Flores mortas

Nesse jardim esquecido.

Ai me tranco, deito.

E fecho os olhos,

Trago todos pra junto de mim,

Sou feliz mais do que mereço,

Tenho sempre pedaços, migalhas.

A repartir.

Paulo Peter Poeta
Enviado por Paulo Peter Poeta em 05/08/2006
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