Secretice

Tijucas, 20 de fevereiro de 2010

Ninguém guardará restos amados.

Ninguém se armará diante da paz tomando tapas.

Minhas mãos em meio as facas, retirando lascas de vida rubra na gaveta escura.

O poço d´agua na eletricidade...

Se tivesse sentido eu era história perfeita, e o perfeito acaba no amanhecer.

Há buracos por todos os lados. Retalhos do meu universo no céu das bocas.

Cuidado!

Tem uma Ave Maria de pernas para o ar, brilha no escuro um crucifixo sem os braços.

Atrasado!

Tanto poder tem tempo no relógio imaginário, cuspindo na tua garganta tulipas de horários.

Há coisas inexplicáveis que eu consigo entender, há sucessos mal formulados que eu consigo resolver.

Sob todo aquele entulho que você chama de orgulho, dentro do luto radiante que exige a vitória, tem um caso roubado, uma cópia triste de sol manchado.

Abraçando o monstro de espinhos no armário. Banhando-se dos furos sistemáticos. São meus pés deslizando nos estilhaços, meu rosto flertando o ácido.

Não vai demorar pra acabar. Vai acontecer, sem você saber.

Antes passado.

Ponteiros pasmos.

Correndo futuros.

Girando ontens otários.

E de repente...

Agora!

Sem música, só pó. Sem cochichos, só devassidão. Mais um começo de mundo vai acontecer... E sem você saber.

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Douglas Tedesco – ás 23h e 28m.

Douglas Tedesco
Enviado por Douglas Tedesco em 21/02/2010
Código do texto: T2099768
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