Dívida Noturna

A noite às vezes escurece em breu

A noite, às vezes escurece e eu...

Eu escureço junto.

Pode ser uma dor nas costas

Ou não saber se tu gostas...

Ou nada disso.

Pode ser estar sem saída

Pode ser sentir-se alma perdida,

Pode nada ser.

Mas que é a noite que vem

Com ela trazendo um escuro porém

E eu já nada sei.

Pergunto à noite quando ela se vai

Se ao ir, ela me deixa pra trás

Mas resposta, não tem.

A noite só diz que quando vai embora,

Abraçada sorrindo com a bela aurora,

Que fico sozinho.

E sozinho ao olhar, diante do espelho

E ver assombrado meus olhos vermelhos

Percebo que estou.

Compromissado com a noite, dela devedor

Não sei como eu pago, nem qual o penhor

Mas reconheço a marca.

E marcado eu sigo, pelos dias afora

Pensando em pagar àquela senhora

Com o que houver para lhe ofertar.