AVENTUREIRO

Solidão vai corroendo tua emoção,
num tempo indefinido que amordaça
a poesia da vida... Vives de utopias vãs.
Um insensato dia cruzei com teu olhar
conquistador, cheio de loucuras e sedução.
Idealizei momentos, seria hora de sonhar?

O coração nunca ouve a voz da razão
e plena em fascínio a ti me entreguei...
Desejo ardente correndo nas veias,
nossos corpos na paixão mergulhados
e em tua boca sagaz minha sede saciei.
Peles vibrando em luas de marés cheias.

Após o prazer chega um silêncio gritante
que não traduzia o belo instante vivido,
teus olhos sem brilho miravam o distante...
Incrédula fiquei, não alcançava tal mudança,
era como se eu jamais tivesse existido...

Estando eu presente na tua total ausência
compreendo então, não ser a pessoa certa!
Sentia tua mágoa, alma se agitando, inquieta...

Nada fui... Somente mais um amor bandido,
daqueles em que o infindável pouco dura.
Fui carne numa noite qualquer, uma aventura!

Sem amor, a ventura é uma ilusão passageira...
Tudo se desfaz qual poeira ou a fúria do vento
quando não se é capaz de ofertar sentimento!

Agora vá em frente, siga tua sina de aventureiro!
Procure em outras bocas os beijos sem gosto,
até que um dia, tu'alma exploda, em desgosto!

 

06/02/2010

Anna Peralva
Enviado por Anna Peralva em 10/04/2010
Reeditado em 11/06/2011
Código do texto: T2188594