Simples condenação

Dá pra ver de longe a condenação,

um golpe de culpa imaculada

embaçando o vitral de uma vida pura,

pesado julgamento sem ternura nenhuma...

Argumentações ao vento, dispersada.

Má criação embrulhada em papel de presente

Há quem diga que a verdade prevalece

Mas essa mentira está gasta demais.

Fácil é saber dos outros,

Impossível mesmo é julgar a si próprio.

Tantos bravos e corajosos marujos

se escondendo atrás de suas mulheres.

Sem saber que mesmo após as batalhas,

as dores ainda podem ser sentidas.

Dentro de quartos escuros

ou em noites frias e sem lua.

A escuridão passa com o soprar das horas,

leva as mais terrenas aflições embora.

Tudo nessa vida passa, e passa...

o que fica no final é só o amor.

E tudo é tão claro quanto a água

do mar em que se afoga

e tudo é tão pesado quanto a matéria

do corpo que se afunda

Mas ante o medo do naufrágio

a certeza do mergulho reina

pra quem pode escapar ileso

nada além de uma reles submersão

Pra quem pode continuar fingindo

Nada além de um teatro dos vampiros

Sangue por sangue e nada mais

Assim será até o último dia na terra.

Vifrett
Enviado por Vifrett em 30/09/2011
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