Questões insanas

Queria gritar, queria sair as ruas

Numa fuga louca e desvairada

Sem nenhum lugar pra ir

Sem nenhum compromisso, nada

Contudo, o mundo o assombrava

A rua lhe era suspeita

Um mundo cruel, injusto e violento

De monstros imaginários

Seus limites, seu quarto

Sua esperança não existe

Ele e seu umbigo, se entendem

Seus companheiros, antidepressivos

Seus olhos acostumados a penumbra

De seu diminuto mundo cinza

Dias sombrios, prolongados

Por intensas angústias

Devrado vivo, cadáver insepulto

A vida não lhe sorri

Sem perspectiva, sem horizontes

Chora, calunga, vil sociedade