Remetido do Inferno, destinado ao paraíso.

Não me conformo ao te olhar,

Em não ter a tua vida,

Em te ver sorrindo,

E não desfrutar desta alegria.

Não compreendo porque só a ti,

Foste apresentada a gentileza do amor,

E a mim coube o castigo,

De sentir o gosto do ódio.

É difícil assimilar que temos os mesmos sonhos,

Por tão diferente ser as nossas oportunidades,

E complicado é pensar,

Que diferente de ti eu creio em Deus,

E mesmo assim,

Ele inverteu nossas histórias.

Ainda se necessário fosse,

Aquecer as veias para descongelar meu sangue,

Ou Se sob este peito batido,

Pesasse um desumano coração,

Que Somente sendo golpeado por uma marreta,

Senti-se a dor de um ferimento,

Então...

Eu até entenderia.

Mas ao contrário de tudo isso,

Mesmo alvo de tua arrogância,

Não consigo evitar minhas lágrimas por tuas perdas,

Não controlo minha euforia por tuas vitórias,

Pois de meu corpo brota o sentimentalismo,

E minha alma carrega consigo a honra de amar.

Não estendas mal,

Não é tua luxuria e fama o meu desejo,

Mas que respeito e dignidade,

Seja-me de direito.

Enquanto isso...

Eu sou o sacrifício a ser feito,

A paisagem a ser mudada,

O teu segundo de indignação,

E talvez a revolta futura.

Sou o inaceitável segundo suas próprias crenças,

Mas não humano o bastante,

Para merecer qualquer esforço teu.

Aguardo minha recompensa,

Por tantos verões nadando na tristeza,

Sem nunca perder a fé.

E assim sigo minha vida,

Pagando caro minha estadia,

Nesta terra nada hospitaleira,

Castigado pelos pecados,

Que a tempo tento lembrar,

Quando foi que cometi.

Juliano Viana.

Juliano Viana
Enviado por Juliano Viana em 04/08/2005
Código do texto: T40108