"Bárbara rota "

“Bárbara Rota”

Serpenteando por entre íngremes penhascos rochosos,

Meu passo incerto vacila.

É noite; e o brilho evanescente de uma lua minguante,

Indiferente, trás-me de volta temores adormecidos,

Medos latentes, lágrimas explicitas.

Mas, ainda assim, eu caminho; e neste caminhar

Nunca estou sozinho.

Nesta bárbara rota, filosofo sobre minha indecisão:

Acho que te amo; mais, muito mais, infinitamente mais,

Do que me faz crer esse meu amargurado coração.

E na suave brisa que ora toca meu rosto,

A sua imagem me chega também;

É um caleidoscópio prismático,

Você é todas as cores,

Em você, sintetizo todos os meus amores:

Amor ágape, amor Eros, amor amigo,

Amor irmão, amor amante, amor solidão.

Porém , quando meu sonho termina ,

Torno-me metade outra vez;

Você sempre se vai, esvai-se,

E se junta á lua partida.

A lua, novamente, se torna inteira,

E eu, sem você,

Vejo-me metade outra vez.

Paulo Peter Poeta

27 / março / 2013