Agonia silenciosa
O silêncio enfim, emudece minha fala
Prende em si o tempo da minha hora,
É o amor e a dor, o querer que se cala
Sem as palavras proferidas ainda agora.
Esta paz inerte do teu silêncio me abala
Pois mata palavras do amor de outrora,
É a agonia silente no seio frio da senzala
Onde as dores não almejam a nova aurora.
Assim estará envolvida pela sombra escura
E pelo teu silêncio que machuca e não cura
A minha alma que deseja ouvir a tua voz,
O teu silêncio são as dúvidas mentirosas
Espinhos sufocando a nobreza das rosas
A foice erguida, pelas mãos do meu algoz.