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ALMA PENADA


Quando te conheci,
vieste com tua ância,
com ímpeto e ganância
de querer mandar em mim
numa loucura sem fim
moldada pela ignorância.

Conduta fraca, mesquinha
pelo teu comportamento
com toques de mandamento
como a dona da verdade,
ares de superioridade
por teu negro pensamento.

Não lia nenhum jornal
nem mesmo uma revista,
com prepotência à vista,
de nariz sempre empinado
exercitando o mandato
pelo desejo da conquista. 

Controlava os meus passos
ligando-me à toda hora,
cobrando a minha demora
pela agenda de trabalho,
qual fosse teu quebra-galho
para teus sonhos, senhora. 

Sempre te observava,
quieto, te analisando
superiora, em mim mandando
como uma dama de ferro:
um dia, calo teu berro
sozinha, ficarás chorando. 

Tem um ditado que diz:
“A raposa de tanto ir ao ninho,
um dia perde o focinho"
Não faças ninguém de objeto,
vá viver sobre o teu teto
só, no teu mundinho. 

Cansei dos teus caprichos,
poucas horas na tua vida
querias a minha guarida
satisfazer teus desejos,
que te tapasse de beijos
para os vínculos sem saída. 

Querendo sempre brincar,
não me deixando dormir,
com o fogo em ti a existir
como um tição em brasa:
nuns gritedos pela casa,
era o teu modo de agir. 

Educação, nota zero,
língua posta em navalha,
não aceitava tuas falhas
pelo grau de prepotência
soberba, na inteligência,
até levar tuas tralhas. 

Por que tens ciúme de mim,
invejando minhas ações:
não tenho a pretensão
de ser poeta e escritor,
escrevo com muito amor
aos humildes cidadãos. 

Ando sempre por ai,
na rádio, na televisão,
a cultura, em minha visão
é por minha capacidade:
não carrego vaidade
como tu, sem coração. 

Jamais se conformava
lendo os meus originais,
coletâneas e jornais,
tantos temas publicados,
olho-gordo estalado
pelo pior dos animais. 

Nunca escreveu uma linha
para notas na imprensa,
cabeça oca, não pensa,
dez mentes serão precisas
para formar tuas balizas
nos caminhos dessa crença. 

Tu não tens sabedoria,
tão pouco leu meu perfil:
sou uma pessoa gentil
tenho amor pelas palavras,
num fogo vestido em lavras
ao meu brasão varonil. 

Não cutuques uma fera
quando esta se alimentando,
ou uma idéia brotando
na armada firme do laço,
pegando a perna e o braço
pelas mãos, ficas pastando. 

Respeite este lugar,
minha família do recanto
gosto deles por encanto:
tu, metida a superiora,
cobiças ser professora
envolvida em negro manto. 

Publique o que quiseres:
cds , livros, revistas...
Vá em busca da tua conquista,
não me enchas mais o saco:
segue o rumo do teu marco
com tua soberba ativista. 

Procure um psicólogo
ou até mesmo um psiquiatra,
remédio demais não mata,
dosando a medicação
acalmará tua tensão
e teus lampejos de ingrata.

 

Não me envie recados
com toque confidencial,
te sangrarei a punhal
todo tempo, toda hora,
mente pobre de senhora
vestida de animal. 

É outra sova de laço
como forma de lição,
vá pra outra direção
tem muitos sites de letras,
não gostamos de mutretas
como tu, sem compaixão. 

O recado já esta dado
como forma de chapéu:
quem és tu? já leu o céu?
Me esqueças, por favor
alma penada de horror,
vá viver o teu mundéu!